Em conversa com o repórter Ariosto Mesquita, o diretor presidente da Iagro, agência de defesa sanitária animal e vegetal de MS, fala como o Estado, com 1.608 km de fronteira, ajustou sua vigilância para conquistar o reconhecimento de livre de aftosa sem vacinação no próximo ano, ao lado de outras 16 unidades da federação.
Por Ariosto Mesquita
Por Ariosto MesquitaEm 2005/2006, focos de febre aftosa no Paraná e Mato Grosso do Sul desnudavam a fragilidade do sistema sanitário brasileiro naquele momento, deflagrando uma série de embargos à carne brasileira no Exterior. Passados 19 anos, a expectativa agora é outra. “No ano que vem, vamos estourar champagne em Paris”, diz o agrônomo Daniel Ingold (64 anos), que desde 2019 é diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de MS, a Iagro. “Por aqui, estão todos com a faca nos dentes”, avisa, se referindo ao trabalho de documentação para o Estado pleitear o status internacional de livre de aftosa sem vacinação (junto com outras 16 unidades da Federação), em maio de 2025, durante a assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), na França.
Seu otimismo deve-se à modernização do controle sanitário no MS, usando tecnologias de ponta. Atualmente, a movimentação de animais é monitorada em tempo quase real. Desde 2022, por exemplo, o Programa Lobo Guará (com apoio de 312 viaturas rastreadas) trabalha no controle de uma fronteira desafiadora, com 1.608 km de extensão. Já em maio deste ano, passou a ser obrigatório o uso do “APP Transportador” por todos os motoristas que carregam cargas vivas.
Em entrevista concedida ao jornalista Ariosto Mesquita, Daniel Ingold conta episódios dessa caminhada de cinco anos, que vai “além da luta contra a aftosa”. São relatos sobre avanços, pontos frágeis, desafios, pressões, “vacas traficantes” e “bois de papel”. Para o bate-papo, Ingold reuniu seus assessores diretos Cristiano Moreira de Oliveira (diretor-executivo), Marco Aurélio Guimarães (gerente de controle e operações), Ângela Nunes Boni (chefe da divisão de educação sanitária) e Robson Campos dos Anjos (coordenador de inteligência). Confira!
