Experimento conduzido no Piauí, pelo Projeto Cerrado Positivo, mostra que a braquiária sob pastejo é capaz de sequestrar mais carbono do que a vegetação nativa do bioma.
Por Carolina Rodrigues
“De vilão, o boi virou a cereja do bolo”. Assim o produtor Piotre Laginski definiu os resultados do trabalho científico inédito realizado em 70 ha de uma de suas fazendas, no município de Baixa Grande do Ribeiro (PI). Ao ceder a área para a pesquisa, seu objetivo era provar que, ao contrário do que se pensa, o boi pode contribuir significativamente para o sequestro de carbono no solo. Piotre agora tem números para provar isso.
Os dados são preliminares, mas já mostram que a pastagem submetida a pastejo (com boi) pode sequestrar 168 t de CO2 equivalente/ha, ante 148,85 t da gramínea solteira e 134 t da vegetação nativa, conforme medições de matéria orgânica realizadas no perfil de até 60 cm de profundidade do solo.
Ou seja, o pasto com animais capturou 34 t de CO2eq a mais por hectare do que uma área do mesmo tamanho de Cerrado virgem, diferença 2,3 vezes superior à observada na pastagem solteira, que foi de 14,95 t/ha.