Apesar das dificuldades, já passou da hora de crescer a consorciação de pastos com leguminosas; CONFIRA o artigo do agrônomo Paulo Bardauil
Por Paulo Bardauil – Agrônomo, pesquisador aposentado do IZ e consultor do Grupo Matsuda na área de melhoramento de plantas forrageiras no Brasil, Austrália e países da África.
O consórcio de leguminosas forrageiras com gramíneas é uma prática antiga em regiões temperadas, onde esses dois tipos de plantas têm o mesmo ciclo fotossintético (C3) e convivem em harmonia. Nos trópicos, seu consórcio é bem mais difícil, pois as gramíneas têm ciclo C4 e as leguminosas, C3, de forma que as primeiras levam vantagem sobre as segundas no uso da água, da temperatura e da luz, além de possuírem uma arquitetura adaptada ao pastejo adquirida durante milênios de pressão de seleção no continente africano.
Mesmo com todas as dificuldades citadas, Jorge Ramos de Otero, conhecido como o “Pai da Agrostologia Brasileira”, publicou, no início dos anos 60, um livro bastante completo sobre o tema, com citações e descrições de inúmeras leguminosas, bem como indicações de consórcio com gramíneas.