“A soja precoce sofreu muito com a seca de dezembro e janeiro. A seca prejudicou a produtividade do complexo”, disse o coordenador geral do Rally da Safra, André Pessôa, em coletiva de imprensa no prédio da Fiesp.
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A variação climática alterou mesmo os níveis de produtividade de diferentes regiões do Brasil. Na parte sul do país, os índices de produção subiram em decorrência do excesso de chuvas. No Rio Grande do Sul houve replantio, em especial nas regiões das Missões. Apesar da forte pressão de doenças, o desenvolvimento foi favorável e o potencial produtivo do Estado elevado para 57,6 sacos por hectare em 2018/2019 ante 54,4 sacos por hectare da safra anterior.
A presença de ferrugem da soja no final do ciclo é intensa na parte sul do Brasil, o que levou produtores a realizar até 8 aplicações de fungicidas para o controle de doenças da soja, segundo relatou Pessôa. “De uma certa forma, essa foi uma safra de menos intensidade de pragas e doenças, com exceção de algumas situações de ferrugem no Rio Grande do Sul. No entanto, de forma geral, o controle e o manejo das pragas foram bastantes eficientes”, comentou o coordenador geral do Rally.
Por outro lado, enquanto a parte sul do país era benefciada pela chuva, a região sudeste teve sua produtividade afetada pela seca – em especial o estado de São Paulo. A produtividade caiu para 53,7 sacas por hectare na safra 2018/2019, ante 60 sacas por hectare da safra 2017/2018.
Na parte oeste do estado do Paraná, região sul do país, as lavouras precoces apresentaram quebras significativas. E as tardias não conseguiram recuperar o potencial da região, em função dos baixos volumes de chuva em janeiro. Os níveis de produtividade caíram de 58,8 sc/ha da safra 2017/2018 para 51,3 sc/ha na safra 2018/2019.
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Confira no vídeo abaixo, a entrevista exclusiva sobre os impactos das condições climáticas na produtividade da soja, com o coordenador geral do Rally da Safra 2019, André Pessôa, para o Portal DBO.
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Exportações
A Agroconsult fez uma revisão completa dos números de produção e produtividade desde a safra 2014/15. Dados oficiais apontaram um volume de 83,4 milhões de toneladas referentes à exportação de soja no ano passado, mostrando inconsistência no balanço de oferta e demanda. Diante disso, os técnicos da Agroconsult revisaram a base estatística pelo lado da oferta.
“Tínhamos evidência dos rallies anteriores, que os números poderiam ter sido maiores, especialmente os de 2016 e 2018. Revisamos então os critérios metodológicos e, usando os mesmos dados de campo coletados no Rally, elevamos os números de todas as safras a partir de 2014/15. Com isso, temos uma produção acumulada de 7,5 milhões de toneladas a mais do que indicavam os números oficiais” esclarece.
Com esse quadro, a produtividade da safra 2018/19 será menor que a safra passada, atingindo 54,6 sacos por hectare, contra uma média revisada de 57,9 sacos por hectare em 2017/18. A área plantada antes estimada em 36,2 milhões de hectares, agora está em 36,04 milhões de hectares. “Com isso, nossa projeção atinge 118 milhões de toneladas, contra os dados pré Rally de 117,3 milhões de toneladas (de janeiro) e os do ano passado, já revisados, de 122 milhões de toneladas. André Pessôa comenta a revisão feita nos números de produtividade e produção. Veja no vídeo abaixo.
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Rally da Safra 2019
Os números parciais do Rally apontam que já foram feitos 1.600 contatos com produtores dos 3 mil previstos. Foram 500 municípios de 14 estados percorridos em 55 dias de viagem. A cobertura já alcançou 1.315 amostras coletadas em lavouras, um recorde da cobertura de todos os rally.