Quadro de escassez de oferta tende a crescer, o que pode estimular novas altas nos preços da arroba do boi gordo

Durante a semana, mercado registrou certa calmaria nos negócios, depois que os frigoríficos conseguiram alongar as escalas de abate; em SP, macho terminado segue valendo R$ 317/@, a prazo, segundo a Scot Consultoria

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O mercado brasileiro de boiada gorda fechou a sexta-feira (13/8) da mesma maneira como iniciou a semana, ou seja, com uma baixa movimentação de negócios nas principais praças pecuárias, comportamento que reflete sobretudo as escalas de abate mais confortáveis de grande parte dos frigoríficos do País.

“As indústrias brasileiras aproveitam as escalas de abate acumuladas ao longo da semana para evitar adquirir animais terminados e gerar novas altas de preços da arroba”, relata a IHS Markit.

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“As programações de abate mais tranquilas sustentaram os preços do boi gordo e da vaca gorda sem a necessidade de ofertas de compra acima da referência”, acrescenta a Scot Consultoria, referindo-se ao comportamento do mercado de São Paulo, principal referência de negócios para outras regiões brasileiros de pecuária.

Portanto, os dados levantados pela Scot indicam estabilidade no preço do boi gordo nas praças paulistas, que hoje é negociado a R$ 317/@, a prazo, valor bruto.

A vaca e novilhas prontas para abater são vendidas a R$ 293/@ e R$ 311/@ respectivamente, preços brutos e a prazo, informa a Scot.

O boi padrão-exportação, abatido com idade até 30 meses, é vendido a R$ 320/@ em São Paulo, à vista.

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Segundo a IHS, os relatos de escassez de ofertas de boiadas gordas crescem no mercado nacional conforme os primeiros lotes provenientes dos confinamentos são absorvidos pelos compradores.

O abate excessivo de fêmeas registrado no passado recente explica, em parte, o atual quadro de escassez de boiadas no País.

Por sua vez, os frigoríficos continuam relatando enorme dificuldade para repassar, ao produto final (carne bovina), o avanço no custo da matéria-prima (animais gordos).

O fraco poder aquisitivo da população, além dos problemas estruturais gerados pelas medidas de isolamento social contra a propagação da Covid-19, obrigaram muitas indústrias a reduzir o volume de abates e, consequentemente, a  produção de carne bovina.

No segundo trimestre de 2021 (abr-jun), os abates de bovinos alcançaram 7,07 milhões de cabeças no País, com recuo de 4,5% frente ao resultado computado no mesmo período de 2020, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); leia AQUI.

No acumulado do primeiro semestre deste ano, as indústrias frigoríficas abateram 13,63 milhões de bovinos, uma  queda de 7,5% sobre o desempenho registrado em igual intervalo do ano passado – a menor quantidade desde 2009 para esse período do ano.

Em relação à produção de carne vermelha, o volume obtido no primeiro semestre de 2021 foi de 3,59 milhões de toneladas, uma retração de 4,6% em relação ao resultado de igual semestre de 2020 – o montante mais baixo desde 2012.

Porém, nesta segunda semana de agosto, o consumo de carne bovina no varejo avançou de forma satisfatória, confirmando as expectativas iniciais do setor, informa a IHS.

Além disso, diz a consultoria, a procura pela proteína brasileira no mercado internacional surpreendeu positivamente neste mês, apesar do aumento sazonal das exportações no segundo semestre do ano já ser esperado pelos agentes do setor.

Na primeira semana de agosto, o volume embarcado alcançou 57,7 mil de toneladas, com uma média diária de 11,5 mil toneladas/dia, avanço de 48,6% em relação à média de agosto/20 e 53,1% superior à média diária registrado em julho/21, segundo dados parciais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex)

Do lado de dentro das porteiras, ao longo da semana, os pecuaristas conseguiram barganhar valores levemente maiores para a arroba em determinadas regiões do País, informa a IHS Markit.

Nas demais praças brasileiras, os preços do boi gordo continuaram firmes, acrescenta a consultoria.

Atualmente, muitos pecuaristas também relatam problemas nas margens operacionais, devido ao alto custo da nutrição e da reposição.

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Na avaliação da IHS, o retorno da escassez de oferta de animais terminados ao mercado pode gerar um novo movimento de alta da arroba no curto prazo.

Porém, apesar da tentativa de reajustes de preços por parte dos pecuaristas (sobretudo confinadores), as indústrias não conseguem pagar mais pela arroba, em função da dificuldade de repasses ao varejo.

“Nesse cenário, novas máximas para a arroba bovina só podem ocorrer em conjunto com a recuperação do poder de compra da população brasileira”, observa a IHS.

A chegada da segunda quinzena do mês pode representar um desestímulo ao consumo doméstico de carne bovina, devido à queda sazonal do poder de renda do brasileiro – maior distanciamento do início do mês, período marcado pelo pagamento dos salários aos trabalhadores.

Porém, reforça a IHS, a tendência é de alta no mercado do boi gordo até pelo menos o período final da entressafra, entre os meses de outubro e novembro.

No mercado futuro do boi gordo (negociado na B3), todos os contratos registraram quedas.

Os papeis para outubro/21 e novembro/21 recuaram para R$ 323,05 e R$ 328,80, respectivamente.

No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro e sebo industrial, permaneceram estáveis nesta sexta-feira, informa a IHS Markit.

Cotações máximas desta sexta-feira, 13 de agosto, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)

MS-C.Grande:

boi a R$ 312/@ (prazo)
vaca a R$ 302/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 313/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 296/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 296/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 303/@ (à vista)
vaca a R$ 291/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 303/@ (à vista)
vaca a R$ 293/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 304/@ (prazo)
vaca R$ 294/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 296/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 312/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 312/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 311/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 287/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 302/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 315/@ (à vista)

vaca a R$ 302/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 295/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 294/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 297/@ (prazo)
vaca a R$ 287/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 288/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 293/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 297/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 287/@ (à vista)
vaca a R$ 259/@ (à vista)

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    Fonte: Scot Consultoria

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