Neste ano, a seca e as geadas prejudicaram a lavoura, mas os produtores usaram de criatividade para minimizar perdas
Milharal atingido pela geada: perda de produtividade e necessidade de ação corretiva.
Por Moacir José
Responsável por providenciar a compra anual de 12.000 toneladas de silagem de milho, para alimentar as 1.200 cabeças de gado Nelore de elite do Rancho da Matinha, de Uberaba (MG), o zootecnista Daniel Bizinotto de Freitas deparou-se, em 2021, com a falta do produto. A drástica redução no volume de chuvas no Triângulo Mineiro, além de outras regiões do Estado, e, depois, a incidência de quatro geadas no meio do inverno (junho-julho) fizeram com que a oferta do volumoso se reduzisse drasticamente. “Alguns fornecedores habituais não conseguiram entregar o produto”, conta ele.
Situações como as vividas neste ano levam à seguinte pergunta: “o que fazer quando se é obrigado a colher o milho “castigado” e fora do ponto ideal?”
Freitas virou-se do jeito que pôde e uma das saídas foi comprar a produção de alguns vizinhos que haviam plantado milho com o intuito de vender o grão no mercado, mas acabaram desistindo. Em uma das propriedades, a área de 310 ha foi gerenciada pelo zootecnista do Rancho da Matinha, que terceirizou a colheita, com as plantas já comprometidas.
“A deficiência hídrica deixou o milharal com 60% da altura normal, o desenvolvimento da espiga ‘travou’ e eu tive de colher o material ainda verde, com uns 28% de teor de matéria seca, quando o ponto ideal seria mais adiante, com 33% de MS”, conta.
Ele explica que não podia esperar o ponto ideal, sob pena de perder umas 3 t/ha de volumoso. “Consegui colher 15 t/ha, quando uma silagem normal renderia o dobro. Os grãos já estavam murchando e eu não conseguiria ter mais amido concentrado ali, que é o que importa na silagem”, justifica. Para dar dimensão da perda em grãos, ele calcula que o vizinho colheria apenas 35 sacas/ha, quando o normal seriam 90 sacas.
Quanto à umidade alta da silagem, Freitas diz que preferiu não acrescentar nenhum material para incrementar o teor de matéria seca (bagaço de cana ou feno seriam as opções) e, sim, acertar a proporção do volumoso na dieta, uma vez que, segundo ele, é normal o aumento do consumo nesses casos.
Outra providência foi aumentar o tamanho da fibra, de 18 mm para 22 mm. “Essa medida foi tomada para garantir uma boa ruminação por parte dos animais, além de beneficiar a compactação”, diz ele, que usou inoculantes para melhorar o processo de fermentação e dar estabilidade para a silagem.
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Neste ano, a seca e as geadas prejudicaram a lavoura, mas os produtores usaram de criatividade para minimizar perdas
Milharal atingido pela geada: perda de produtividade e necessidade de ação corretiva.
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Responsável por providenciar a compra anual de 12.000 toneladas de silagem de milho, para alimentar as 1.200 cabeças de gado Nelore de elite do Rancho da Matinha, de Uberaba (MG), o zootecnista Daniel Bizinotto de Freitas deparou-se, em 2021, com a falta do produto. A drástica redução no volume de chuvas no Triângulo Mineiro, além de outras regiões do Estado, e, depois, a incidência de quatro geadas no meio do inverno (junho-julho) fizeram com que a oferta do volumoso se reduzisse drasticamente. “Alguns fornecedores habituais não conseguiram entregar o produto”, conta ele.
Situações como as vividas neste ano levam à seguinte pergunta: “o que fazer quando se é obrigado a colher o milho “castigado” e fora do ponto ideal?”
Freitas virou-se do jeito que pôde e uma das saídas foi comprar a produção de alguns vizinhos que haviam plantado milho com o intuito de vender o grão no mercado, mas acabaram desistindo. Em uma das propriedades, a área de 310 ha foi gerenciada pelo zootecnista do Rancho da Matinha, que terceirizou a colheita, com as plantas já comprometidas.
“A deficiência hídrica deixou o milharal com 60% da altura normal, o desenvolvimento da espiga ‘travou’ e eu tive de colher o material ainda verde, com uns 28% de teor de matéria seca, quando o ponto ideal seria mais adiante, com 33% de MS”, conta.
Ele explica que não podia esperar o ponto ideal, sob pena de perder umas 3 t/ha de volumoso. “Consegui colher 15 t/ha, quando uma silagem normal renderia o dobro. Os grãos já estavam murchando e eu não conseguiria ter mais amido concentrado ali, que é o que importa na silagem”, justifica. Para dar dimensão da perda em grãos, ele calcula que o vizinho colheria apenas 35 sacas/ha, quando o normal seriam 90 sacas.
Quanto à umidade alta da silagem, Freitas diz que preferiu não acrescentar nenhum material para incrementar o teor de matéria seca (bagaço de cana ou feno seriam as opções) e, sim, acertar a proporção do volumoso na dieta, uma vez que, segundo ele, é normal o aumento do consumo nesses casos.
Outra providência foi aumentar o tamanho da fibra, de 18 mm para 22 mm. “Essa medida foi tomada para garantir uma boa ruminação por parte dos animais, além de beneficiar a compactação”, diz ele, que usou inoculantes para melhorar o processo de fermentação e dar estabilidade para a silagem.
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