Os pecuaristas brasileiros devem passar por mais uma semana difícil, marcada pelo agravamento da pressão de baixa nos preços do boi gordo, um reflexo do aumento da oferta de animais neste momento de transição da safra para o período de entressafra, relatam as consultorias que acompanham diariamente
“Os produtores perderam a capacidade de retenção dos animais e não têm outra alternativa senão aliviar a lotação das pastagens já desgastadas”, observa a Agrifatto.
Pagando apenas os preços de “balcão”, continua a consultoria, muitos frigoríficos, fortalecidos pelo conforto das escalas de abate, estão optando por se retirar estrategicamente das compras, intensificando, assim, a pressão de baixa nos preços da arroba.
Na avaliação dos analistas da Agrifatto, a tendência de aumento na oferta e queda nos preços do boi gordo pode persistir por várias semanas.
No entanto, antecipa a Agrifatto, um movimento de recuperação dos preços da arroba pode começar a partir da segunda quinzena de julho ou início de agosto, quando haverá um esgotamento de ofertas de boiadas gordas, marcando o processo de intensificação do período de entressafra.
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Hoje, segunda-feira (27/5), a cotação do boi gordo em São Paulo permaneceu estável em R$ 222,50/@ (média entre os valores do animal “comum” e do “boi-China”), de acordo com os dados da Agrifatto.
“Pelo segundo dia seguido, todas as 17 praças acompanhadas mantiveram os preços (do boi gordo) estáveis”, destaca a Agrifatto.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, no Estado de São Paulo, as escalas de abate dos frigoríficos não mudaram, o que indica baixo volume de negócios.
“O escoamento de carne está moroso, com a oferta de boiadas atendendo as lacunas das escalas de abate já bem-posicionadas”, reforça a Scot.
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Com isso, diz a consultoria, os preços dos animais terminados fecharam a segunda-feira estáveis nas praças paulistas, em relação ao quadro observado na sexta-feira (24/5).
O boi “comum” está apregoado em R$ 222/@ em São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 203/@ e R$ 213/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), informa a Scot.
O “boi-China” (base SP) está cotado em R$ 227/@, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum), acrescenta a Scot.
No mercado futuro, o contrato com vencimento para junho/24 ficou cotado em R$ 227,50/@ na última sexta-feira, um ligeiro recuo de 0,18% no comparativo diário.
Segundo destacam os analistas da Agrifatto, atualmente, ocorre uma “batalha” sobre os preços futuros do boi gordo. Com exceção do contrato de maio/24, diz a consultoria, todos os outros registraram valorização no comparativo semanal, com destaque para o papel de outubro/24 que fechou a última sexta-feira com alta de 1,90%, ficando cotado a R$ 241,90/@, o maior patamar desde 07/05/24.
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O ágio do vencimento para outubro/24 sobre o preço físico do boi gordo avançou 3,71 pontos percentuais na última semana, atingindo 9,01% na quinta-feira (23/05/24), o maior nível de ágio (para esse contrato) desde novembro/23.
“Ou seja, mesmo com a forte pressão negativa no mercado físico, os operadores da B3 acreditam em uma recuperação dos preços do boi gordo nos próximos meses”, ressalta a Agrifatto.
Porém, recorda a consultoria, nos últimos três anos, o comportamento do preço do boi gordo a partir de maio foi “bem negativo”.
Em 2021, 2022 e 2023, o valor médio da arroba entre maio e outubro caiu 13%, 8% e 10%, respectivamente. Em 2019, porém, houve alta de 7% no período de maio a outubro e, em 2020, a valorização nesse mesmo intervalo foi de 32%.
Atualmente, fazendo a mesma comparação (preço médio em maio/24 e cotação futura para outubro/24), o mercado está precificando uma valorização de 6% nos preços do boi gordo, destaca a Agrifatto. “A maior dúvida é se essa alta irá se concretizar”, acrescenta a consultoria.
Na visão dos analistas da Agrifatto, considerando que os pecuaristas estão liquidando o rebanho de fêmeas desde o início de 2023, faz sentido visualizar um estoque menor de bovinos nos próximos meses.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na segunda-feira (27/5):
São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$222,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abates de catorze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de catorze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de catorze dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de quinze dias;
Pará — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de quinze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de catorze dias;
Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de catorze dias;
Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias;
Paraná — O boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias.