“O produtor sempre pensa nos custos do seu negócio e não está errado. Contudo, ele deve estar atento e não confundir despesas com investimentos. Servir água de qualidade ao rebanho é aumentar a produtividade, isto é, a produção de mais quilos de carne por animal/hectare na hora do gancho”.
A avaliação é de Fernando Loureiro Lima, médico veterinário e diretor da Rubber Tank, empresa fornecedora de equipamentos e serviços para o fornecimento de água às fazendas, no Mato Grosso do Sul, que vem fechar esse terceiro e último episódio sobre a importância da água no bom desempenho bovino.
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A captação – Um bom projeto para servir água boa, incolor (transparente), inodora (sem cheiro) e insípida (sem gosto), aos animais começa na definição de onde captá-la.
Pode-se buscá-la em algum manancial, rio, riacho, nascente dentro da fazenda, uma represa que já exista ou em um poço semiartesiano. Às vezes é necessário perfurá-lo.
E esse seria o primeiro custo. Depois vem o dimensionamento de um equipamento para bombear essa água até um reservatório central que, normalmente, fica localizado na parte mais alta da fazenda, onde a distribuição possa ocorrer por gravidade. Além da bomba, há toda a tubulação para se alcançar esse reservatório central.
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A maioria das propriedades calcula a capacidade dessa estrutura em função do número de animais que precisam ser atendidos ou de uma expectativa do volume de animais que a criação atenderá. Pode ser de 50 mil litros, de 100 mil litros ou mais. “Às vezes chegamos a um milhão de litros”, explica o especialista.
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Esses reservatórios podem ser de placas de concreto, chapas metálicas e concreto no fundo, com gel membrana (lona impermeável em uma escavação no chão, dando aparência de represa ou açude) ou caixa d’água taça que é difícil encontrar com mais de 20 mil litros (pequena).
A distribuição – Segundo Loureiro, a partir do momento que se equaciona o armazenamento na parte mais elevada da fazenda, facilitando a distribuição por gravidade, entra no projeto “a parte dos ramais que levarão a água até os bebedouros artificiais”.
Para a instalação desse encanamento é preciso calcular a bitola (diâmetro), mensurando as distâncias e obstáculos. Se forem muitas as ramificações, essa bitola é mais espessa em polegadas para garantir pressão suficiente e garantir que a água chegue ao ponto final.
Os bebedouros – “O mais importante e que vejo como desafio é as pessoas terem dentro do projeto o entendimento de que a água fornecida em bebedouros artificiais vai proporcionar um ganho maior do que aquele obtido em aguadas naturais, seja de açude, riacho ou de represa”, reafirma o empresário.
Tudo isso, porque nos bebedouros artificiais pode-se exercer o controle da limpeza e agir, efetivamente, sobre a qualidade da água que está sendo fornecida, sem impurezas, sem sujidades ou sem matéria orgânica. Há vários modelos disponíveis no mercado que podem garantir a característica esperada.
No entanto, o pecuarista deve estar atento a questões como durabilidade, mobilidade, facilidade de limpeza, capacidade de atendimento em função da abordagem dos animais e até vazão de água, além de segurança. “Bem dimensionados, as exigências postas serão atendidas”, conclui.
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