Mais importante que os números de mortes de bovinos por hipotermia em Mato Grosso do Sul, consequência das baixas temperaturas que assolam o Centro-Sul do Brasil nos últimos dias, desde a semana passada, é o que eles revelam: fragilidades pontuais na criação, quanto ao conforto e nutrição, em alguns rebanhos.
A Agência Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Iagro) atualizou a lista de perdas no dia de hoje, 19 de junho, para 1.537, montante que pode subir “bastante” nas próximas horas e até dias, conforme avancem as notificações e apuração de caso a caso.
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Há casos de muitas perdas de vacas que deixaram crias com 3 ou 4 meses de vida. Equipes da Iagro-MS realizam exames. “Esses animais estavam com o corpo quente e, de repente, ficaram expostos a uma temperatura muito baixa (em algumas regiões, inferior a 5oC)”, explica Daniel Ingold, diretor-presidente da Iagro.
OUÇA o depoimento de Daniel Ingold
Mas um importante apontamento do servidor sul-mato-grossense diz respeito às fragilidades pontuais na criação desses bovinos.
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Segundo ele é preciso um cuidado maior, por parte dos pecuaristas e técnicos, com a nutrição, manejo e conforto oferecidos, de modo que esses episódios não causem tantas perdas econômicas; hoje, estimadas em R$ 5 milhões.
Vinícius Tavares de Oliveira, médico veterinário das fazendas do Grupo Joia da Índia, com unidades no Pantanal, é quem salienta as questões nutricionais dos animais submetidos a um estresse térmico tão violento como esse, em Mato Grosso do Sul.
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Daniel Ingold, da Iagro, ainda deixou um alerta importante. Segundo ele, “de jeito nenhum os animais mortos devem ser comercializados. Para que não criem problemas sanitários ou ambientais, eles têm de ser cremados ou enterrados”, conclui.