Empresas diversas, mais destacadas ou modestas, assim como instituições de pesquisa e universidades, ao longo dos últimos 70 anos desenvolveram uma infinidade de gramíneas, criando certa dificuldade até para técnicos.
Então, o pecuarista que quer melhorar sua produção de pasto tem necessariamente regras para cumprir na hora de escolher um capim ou mais.
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Sem considerar um primeiro passo, mas uma medida de segurança, o produtor sempre deve estar orientado por um profissional especializado.
Quem destaca a necessidade é Alexandre Campos Gonçalves, engenheiro agrônomo diretor da Alecrim Consultoria. Também é ele que afirma que sempre há várias opções de forrageiras, inclusive aquela que já trabalha na fazenda.
“Cada capim merece a devida atenção, sempre adequada às exigências da variedade em questão”, explica o técnico.
1. Antes de escolher qualquer gramínea ou gramíneas para a propriedade, o pecuarista tem de conhecer o que ele, efetivamente, tem nas mãos para trabalhar: clima regional, microclimas da fazenda, a distribuição de chuvas, os períodos mais secos, temperaturas médias e extremas, relevo e tipos de solos (mais ou menos, arenosos, argilosos, pobres ou equilibrados, no que diz respeito à sua capacidade de nutrir).
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Também é preciso levantar quais as espécies forrageiras já disponíveis, pois são elas pontos de partida das mudanças. Identificando isso, algumas variedades de capim possíveis de entrarem no sistema já começam a despontar.
2. O segundo passo é analisar se essas gramíneas já disponíveis na fazenda são capazes de atender a espécie ou espécies animais que o projeto vai trabalhar: bovinos, equinos, muares, ovinos, caprinos etc.
Alguns capins se adequam a várias espécies animais, enquanto algumas espécies se dão melhor com gramíneas mais específicas. Cada qual tem seus hábitos de pastejo.
3. O terceiro ponto é ter bem claro o objetivo de criação. Deve-se responder questões como se os animais precisarão de alto desempenho, por exemplo, no ganho de peso? Quais as respostas produtivas e reprodutivas necessárias para o negócio ir bem? Terá de trabalhar com alta lotação por hectare, maximizando o uso do espaço físico?
Essa clareza de propósitos e metas é fundamental para a escolha das gramíneas. Capins que vão responder melhor a altas lotações, necessariamente são mais exigentes quanto a manejo e presença de nutrientes no solo, o que demanda mais recursos humanos, mecânicos e financeiros.
4. Também a capacidade administrativa do sistema é de muita relevância. Não adianta muito ânimo e recursos para fazer as coisas acontecerem na propriedade se a equipe de trabalho não tem formação, qualificação, para conduzir as rotinas de manejo das pastagens, mais numerosas e pontuais.
Então é preciso dar um passo de cada vez e no tempo e estrutura corretos. Melhor capacitar a equipe primeiro, depois melhorar o sistema, para em seguida exigir mais produção.
5. O último passo e decisivo é ter planejamento, principalmente dos recursos financeiros. Os passos e as ações devem ocorrer na medida da disponibilidade do caixa, não só da poupança, mas daqueles que estão em programação de entrada.
Assim, melhorar as forragens que já estão disponíveis é sempre mais indicado do que substituí-las, imediatamente, sem o devido controle do fluxo de caixa.
É preciso conhecer perfeitamente o que cada passo custará ao negócio. Sem isso não é possível colocar as ações ao longo do tempo de forma sustentável, economicamente.
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