OUÇA 🎧 | Genética avaliada é decisiva na obtenção de lucro

A bovinocultura de corte, assim como outras atividades do agronegócio, vem trabalhando sob diversas pressões. Uma delas é econômica, na medida em que as margens de lucro vão se estreitando com os altos custos de produção. A outra é global. O mundo quer sustentabilidade: produzir mais com cada vez menos.

Nesta 3a reportagem da série sobre “como criar o bovino para que ele permaneça o mínimo tempo no confinamento”, etapa mais dispendiosa da produção, o assunto é a genética explorada.

Walter Domingues é consultor da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) e também da WDS Assessoria de Pecuária.

Ele avalia que no tripé de sustentação da atividade, Saúde, Nutrição e Genética, ela é o item mais em conta, porém decisivo para a superação das pressões que assolam a pecuária.

Com o devido conhecimento e ou cercado de bons profissionais, as tecnologias disponíveis para se promover o melhoramento animal são acessíveis e precisas.

OUÇA  abaixo os comentários de Walter Domingues

Nos modelos produtivos mais comuns na bovinocultura – cria, recria, engorda e ciclo completo – a genética é fundamental na cria, uma vez que as mães devem amamentar devidamente seus bezerros e se mostrarem aptas à reconcepção a cada estação de monta. Várias são as características genéticas que definem o sucesso dessa operação. E não é diferente na recria.

Contudo, não se deve pensar em genética específica para cada etapa do processo de produção. Isso não é viável e leva ao erro. O olhar para os animais que vão trabalhar no rebanho deve atentar para o equilíbrio entre as dezenas de características avaliadas e suas respectivas acurácias.

No Norte, uma jornada de acertos – Com 1,1 mil hectares de área total, sendo 600 de pastagens, a Fazenda Carioca, em Castanhal (PA), desde 2018 vem entregando uma média anual de 1,5 mil carcaças de novilhas Brangus, com idade inferior a 24 meses, diretamente a parceiros comerciais na capital, Belém, onde já se tornou referência de carne de qualidade, e municípios próximos.

“Para estabelecer uma escala de abate semanal, contínua ao longo do ano, foi necessário muita disciplina, equilíbrio sanguíneo no rebanho, foco em precocidade e uso de tecnologia, além de esforço para identificar os melhores animais para o modelo produtivo”. É o que afirmam os pecuaristas Altair Burlamaqui e Brenno Borges.

OUÇA  abaixo os comentários de Altair Burlamaqui

Depois que chegam, as bezerras adquiridas no mercado são avaliadas e as mais indicadas para reprodução seguem para uma dieta específica e o cumprimento de um protocolo sanitário rigoroso.

A ideia é que suas crias gerem fêmeas – o negócio do empreendimento – pesadas, bem-acabadas e com excelente rendimento de carcaça. Aí está o grande diferencial de rentabilidade.

 

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