Consultorias do agronegócio por todo o país defendem a diversificação de produtos dentro de uma propriedade como estratégia para garantir melhor saúde ao caixa. No Rio Grande do Sul, a produção de arroz tem enfrentado muitas dificuldades, das questões técnicas às mercadológicas.
Os revezes financeiros vêm de anos. Enquanto o produtor se esmera para adotar tecnologias e melhorar sua eficiência, os custos de produção aumentam, mesmo com índices crescentes de produtividade. Como consequência, as margens de lucro caíram drasticamente.
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Para virar tal realidade, o Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA) avalia que uma grande alternativa é a Integração Lavoura Pecuária (ILP). Seus especialistas reforçam que a soja tem trazido bons resultados na última década, com estabilidade produtiva especialmente na região da Campanha, no Estado.
Ocorre que as propriedades com produção de arroz normalmente também têm pecuária e, junto com a soja, podem montar um tripé bastante estável, com melhores garantias de colheita, boa produtividade e melhora considerável de receita, permitindo investimentos crescentes.
Contudo, Paulo Cardozo Vieira, engenheiro agrônomo, mestre em zootecnia, especialista técnico do SAI, alerta: “mas é preciso muita atenção e equilíbrio entre as culturas, mesmo que uma represente mais lucro em caixa do que a outra. Caso contrário, o pesadelo pode voltar mais forte”.
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abaixo os comentários de Paulo Cardozo Vieira
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Para Vieira não há “uma receita de bolo” ao se implantar uma ILP e sim uma série de ações partindo de estudo profundo da propriedade, em itens como variedade de solo, clima, disponibilidade de maquinário, recursos financeiros e mão de obra. O trabalho pressupõe um bom planejamento.
Caso de sucesso – Uma experiência positiva na utilização da ILP é relatada por Denis Dias Nunes, diretor financeiro e gestor de pecuária da Agroriza Agricultura e Pecuária, empresa de Santa Vitória do Palmar (RS) que ainda tem como sócios Adair Blank, Paulo Roberto da Cruz Lima e Fermiano Gomes Fagundes.
Eles tinham uma lavoura de arroz irrigado e uma pecuária “bastante amadora”, extensiva, levada sem grande atenção. Depois de muita insatisfação e até prejuízo, procuraram olhar ao seu redor e encontrar o melhor caminho para a diversificação, aproveitando mais os potenciais da fazenda e dar novos ares a todos os colaboradores do negócio.
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Inicialmente, decidiram revezar as áreas de arroz e forrageiras, intensificando a pecuária. Em seguida veio a decisiva entrada da soja, reformando ainda mais áreas de terras e ampliando a participação do gado. Com muito apoio das tecnologias que foram chegando, em pouco tempo mudaram todo o cenário.
OUÇA abaixo os comentários de Denis Dias Nunes
Com a estratégia, na pecuária a Agroriza saiu de um ganho de 0,3kg/ha/dia para 0,75. O incremento foi de 150% no número de cabeças de gado sem qualquer aumento de área.
Trabalhava com 350 a 400 terneiros e chegou a 800, sempre na recria. Ano a ano, também a produtividade agrícola subiu, de modo que uma intensificação maior se manteve no horizonte.
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