‘Olhos do dono’ com maior alcance engordam o boi e protege

Dados de inteligência de rebanho, como geolocalização, número de passos, deslocamento diário e mapa de calor, são fornecidos via aplicativo instalado no smartphone e avisam qualquer anormalidade

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O Instabov propõe impulsionar o desenvolvimento de um sistema de monitoramento do comportamento bovino (Foto: Divulgação)

A tecnologia tem o objetivo de gerar dados capazes de oferecer mais produtividade, segurança e transparência nos processos que envolvem a criação dos animais, e se chama Instabov. Trata-se de mais um lançamento de produto na Expointer 2023.

A inovação é produto de investimentos de R$ 1,5 milhão da Belgo Arames na agtech Instabov, em “busca de soluções para os principais desafios do produtor rural de maneira disruptiva e mirando no futuro das cercas”, conforme elucida Guilherme Vianna, diretor de Negócios da Belgo.

O Instabov propõe impulsionar o desenvolvimento de um sistema de monitoramento do comportamento bovino. Em fase pré-operacional, após pesquisas na zona de aceleração de projetos inovadores para o agronegócio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, o Instabov monitora o comportamento de 300 cabeças de gado de corte.

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Elas pertencem a cinco raças diferentes, em seis fazendas gaúchas e sul-mato-grossenses, por meio da aplicação de um colar que emite sinais para uma antena instalada no local. A geolocalização tem raio de precisão de até 10 km, o que cobre em torno de 31 mil hectares (310 km²).

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A tecnologia permite que os dados sejam computados pela torre sem que os colares estejam conectados à internet – já que funcionam à base de uma bateria de durabilidade de cinco anos – e com atualizações a cada 10 minutos, o que facilita sua empregabilidade no ambiente rural.

Alguns dos benefícios – Essa leitura permite avaliações sobre onde investir em pastagens para o aumento de peso do bovino, como otimizar o uso do terreno da fazenda e qual animal adoeceu, está prenhe ou no cio. A partir de setembro deste ano, uma atualização do sistema também permitirá avaliar a qualidade da reprodução dos animais.

Como consequência, o uso da tecnologia contribui para simplificar e melhorar a qualidade de trabalho do produtor rural, diminuir a exposição de peões no campo e o estresse dos animais durante o manejo e otimizar os custos da produção.

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O diretor de Marketing, Inovação e Estratégia da Belgo Arames André Ghion ressalta que a Belgo vem ampliando de forma consistente a inovação aberta no Brasil e decidiu investir no Instabov por acreditar no seu pioneirismo e capacidade técnica.

“Atualmente, temos conhecimento de poucas iniciativas no mundo que estão trabalhando em uma tecnologia semelhante. Desenvolver esse projeto no Brasil é fantástico porque está perfeitamente alinhado à nossa ambição, bem como ao nosso posicionamento estratégico com o foco do cliente, que nos permite resolver, por meio da inovação, suas dores e desafios sob uma nova perspectiva”, afirma.

“Passamos a nos questionar como serão as cercas, se virtuais ou uma combinação do físico – o arame – com o virtual, já que a maior parte das vendas do nosso segmento agro está concentrada nas linhas de arames e cercamentos rurais. Ainda não temos respostas, mas é importante que possamos construir o futuro do mercado juntos e de forma colaborativa com o ecossistema de empresas de tecnologia e startups”, completa.

Guilherme Vianna, diretor de Negócios da Belgo e Fernando Moraes, do Instabov (Foto: Ivaris Jr.)

Desenvolvimento contínuo – Um dos mentores do Instabov, Fernando Moraes, aponta que o sistema utilizado, o Lora, é inovador no agronegócio, pois a agtech foi a primeira do setor a importá-lo. A proposta também passou por diversos testes, considerando o tipo de material instalado no boi e sua durabilidade.

Até chegar à versão do colar, o Instabov havia desenvolvido outros dispositivos como cabresto, brinco e adesivo e constatou que a última solução performa com uma eficiência de 97%. Além destes desafios, o sistema precisava de recursos para seguir nos estudos e escalar o negócio.

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“Começamos este projeto em 2015 com a ambição de mudar o jeito de fazer pecuária no Brasil, mas uma das principais questões enfrentadas foi a financeira. Sem o suporte da Belgo provavelmente não estaríamos mais no mercado. Nossa parceria foi estabelecida no fim de 2019 e, mesmo com a pandemia na sequência, avançamos exponencialmente. A Belgo traz credibilidade, robustez e impulsiona o nosso negócio. Estamos satisfeitos com essa colaboração, porque a Belgo pensa lá na frente, como o Instabov”, conclui Moraes.

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