A produção brasileira de grãos na safra 2022/23 deve atingir recorde de 313,86 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 15,2%, ou cerca de 41,4 milhões de t a mais, em comparação com a temporada anterior 2022/23 (272,43 milhões de t).
Em comparação com levantamento anterior, de abril, o resultado é cerca de 1,4 milhão de t maior (perto de 1,4 milhão de t). Os números fazem parte do 8º Levantamento da Safra 2022/23 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 11.
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Conforme a Conab, o desempenho médio estimado nas lavouras do País também tende a ser o melhor já registrado, com projeção de 4.048 quilos por hectare, ultrapassando a média de produtividade estimada do recorde anterior, alcançada na safra 2016/17.
O gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, disse em nota que “esse rendimento é atingido mesmo em um ano-safra sob influência do fenômeno La Niña, sobretudo no início da safra, mas em uma menor escala. Se compararmos com safra passada, o clima adverso teve impacto no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e parte de Mato Grosso do Sul. Já neste ciclo os efeitos foram mais concentrados no estado gaúcho”.
Aliado às boas produtividades do campo, a área também deve apresentar incremento de 4%, podendo atingir 77,5 milhões de hectares ante 74,5 milhões de hectares em 2021/22, destacou a estatal.
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Para a soja, principal cultura de verão, a estimativa é de uma produção recorde em 154,8 milhões de toneladas, volume 23,3% superior à safra passada (125,55 milhões de t), resultado da melhora das produtividades e maior área plantada, de acordo com a Conab.
Cenário semelhante é encontrado para a cultura do algodão, diz a Conab. O incremento de área aliado às condições climáticas que vêm favorecendo as lavouras, permite uma estimativa de produção de cerca 2,9 milhões de toneladas de pluma, elevação de 13,6% em relação à safra passada (2,55 milhões de t).
Importante cultura na 2ª safra (de inverno), o milho tem uma produção total estimada em 125,5 milhões de toneladas, alta de 12,4 milhões de toneladas acima da safra 2021/22. Na primeira safra do grão, semeada em uma área de 4,4 milhões de hectares e com a colheita finalizada, o volume de produção atingiu cerca 27,05 milhões de toneladas, 8,1% acima da safra anterior (25,02 milhões de t), mesmo com os problemas climáticos registrados no Rio Grande do Sul.
Já para a segunda safra é esperado uma colheita de 96,14 milhões de toneladas, aumento de 11,9% ante 2021/22 (85,89 milhões de t). A cultura de inverno, ou safrinha, já está semeada e cerca de 74,4% das lavouras se encontram em floração e enchimento de grãos, segundo a Conab.
“Nesses estágios, o clima ainda é um fator preponderante e a Conab irá acompanhar o desenvolvimento da cultura”, pondera Vasconcellos.
No caso do feijão, as boas condições climáticas registradas durante o desenvolvimento da 2ª safra da cultura causam impacto positivo na produtividade, refletindo maior produção esperada, explica a Conab. No Paraná, a melhora do desempenho das lavouras de feijão tipo cores atinge 16,2%, saindo de 1.687 quilos por hectare para 1.960 kg/ha, o que resulta num incremento de 6,3% na expectativa da produção no Estado.
Já em Minas Gerais, outro importante estado produtor, além do aumento de produtividade houve uma maior área destinada para o grão. Assim, a nova estimativa para a produção total de feijão ultrapassa, ligeiramente, 3 milhões de toneladas, aumento de 3% ante o período anterior (2,99 milhões de t).
Já para o arroz, a produção estimada para a safra 2022/23 é de 9,94 milhões de toneladas, diminuição de 7,8% em comparação com 2021/22 (10,79 milhões de t). O fraco desempenho é “resultado da queda na área destinada ao produto, sobretudo no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão”, justificou a Conab.
Dentre as culturas de inverno, a Conab traz neste levantamento as intenções de plantio dos produtores. Destaque para o trigo, principal grão cultivado no período. É esperado um aumento de 7% na área plantada, podendo atingir 3,3 milhões de hectares, enquanto a produção projetada para o cereal é de 9,6 milhões de toneladas. Nos principais Estados produtores (Paraná e Rio Grande do Sul), que representam cerca de 84% da produção nacional, “a semeadura ainda é incipiente”, concluiu a Conab.
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