Foi realizado nos dias 15 e 16 de janeiro, em Campo Grande (MS), a segunda “Oficina de Pecuária Sustentável”, como parte da coalizão Pontes Pantaneiras (www.pontespantaneiras.org.br).
A coalizão é o resultado de uma parceria entre o Ipê – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Embrapa Pantanal, a Universidade Colégio de Londres e o Instituto Smithsoniano, com apoio do PEW Charitable Trusts.
O encontro teve como objetivo promover o diálogo entre os produtores rurais da região, por meio de palestras e dinâmicas em grupo, para discutir a valorização da pecuária pantaneira e reforçar os seus diferenciais em relação a outras áreas do país.
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A partir do encontro foram identificados critérios para caracterizar a sustentabilidade da atividade na região. Ainda este ano serão realizados mais dois encontros.
Ao longo de dois dias de debates e reflexões, mais de 30 produtores rurais e técnicos das regiões de Corumbá, Alto Rio Paraguai, Cáceres entre outras, identificaram caminhos importantes para o fortalecimento da pecuária sustentável.
“O evento tem como premissa a escuta e o diálogo com produtores rurais e governanças de forma que a construção seja participativa e reflita a realidade de quem vive no território”, afirma Miriam Perilli, coordenadora técnica do Pontes Pantaneiras.
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A troca de experiências permitiu o entendimento sobre a necessidade de caracterização e mensuração de aspectos das dimensões ambiental, social, econômica e de governança, relacionadas à sustentabilidade do Pantanal.
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Resultados – Os participantes chegaram a conclusões de que no quesito ambiental, as práticas tradicionais seguem um bom caminho.
Já na questão econômica, há muito espaço para melhorias na produção, mas no social é necessário que a população pantaneira enriqueça, levando dinheiro não só para os fazendeiros, mas para aqueles que estão na ponta.
“A oficina trouxe uma visão interessante dos fazendeiros que permite avançar ainda mais e qualificar as próximas etapas identificando os indicadores que conseguem comprovar esses aspectos. Com essas definições teremos um sistema convincente de avaliação e certificação e avaliar elegibilidade de políticas de incentivos. Em um próximo encontro teremos as definições para que os indicadores sejam efetivos, tenham custo acessível para implementação e que sejam fáceis de serem adotados”, afirma Walfrido Tomas, pesquisador da Embrapa Pantanal.
Alguns dos principais critérios de sustentabilidade identificados:
Taxa de lotação adequada para as particularidades das propriedades;
Manejo adequado das pastagens;
Coexistência com a fauna;
Incentivo a cultura pantaneira;
Manutenção da paisagem;
Integração da produção;
Valorização da cultura local;
Utilização racional de pastagens nativas e cultivadas;
Diversificação de fontes de renda;
Uso racional dos recursos naturais;
Consumo do que é produzido (cuidado, plantio e criação);
Manejo do capim nativo;
Gestão de acordo com a Nova Lei.
Ao final do encontro, foi realizada uma atividade final em grupo para iniciar uma análise de como é possível criar indicadores que vão ajudar neste processo.
A definição foi iniciada e será concluída na terceira e quarta edição da oficina que estão previstas para os meses de março e maio de 2024.
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Participaram do encontro Aliança 5P, Sistema Famato, SENAR-MT, Sindicatos Rurais, Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Associação dos Criadores do Pantanal, ACRIMAT, Ipê, EMBRAPA Gado de Corte e Embrapa Pantanal, Ministério Público Estadual e outros produtores rurais.
Fonte: Ascom Pontes Pantaneiras