O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estão investindo recursos orçamentários em uma iniciativa inovadora visando o desenvolvimento de um Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a produção forrageira para pecuária de corte.
A pecuária de corte, baseada em pastagens, é uma atividade relevante na economia brasileira e enfrenta enormes desafios atualmente.
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Com a demanda crescente por carne bovina em contraponto a redução da área de pastagens nos últimos 20 anos, é fundamental aplicar maior eficiência ambiental nos processos produtivos.
Nesse cenário, a tecnologia torna-se o motor para que melhores resultados sejam alcançados. Informações do sistema clima x solo x planta x animal podem ser incluídos no modelo de previsão da produtividade de forragem de pastagens para geração de um Zarc nesta modalidade.
Para o Diretor de Gestão de Risco do Mapa, Jônatas Pulquério, o Zarc da produção forrageira para a pecuária é o resultado da parceria do ministério com a Embrapa e mostra a importância da pesquisa cientifica para trazer maior eficiência ambiental e evolução da pecuária brasileira.
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Zarc para forrageiras – O zoneamento agrícola de risco climático para pecuária é um pouco mais complexo que o zoneamento para culturas agrícolas, pois o sistema envolve mais um componente: o animal.
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Para elaboração do zoneamento agrícola de risco climático está sendo desenvolvido um modelo matemático que é capaz de simular a capacidade de suporte das pastagens, seu risco e a necessidade de suplementação alimentar dos animais a partir de dados de variações climatológicas em séries históricas de longas durações e de características do solo.
No Zarc forrageiras para pecuária de corte, o balanço entre crescimento do pasto e demanda por alimentos é o principal fator para identificação do risco climático.
A partir dos resultados do Zarc Pecuária será possível verificar a taxa de lotação crítica das pastagens em cada município e os meses com maior risco de faltar alimentos em função da taxa de lotação animal utilizada.
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O Zarc Pecuária será disponibilizado inicialmente para o capim-marandu, forrageira mais plantada no Brasil, no Cerrado e nas porções Nordeste e Sudeste da Mata Atlântica.
Os resultados obtidos serão submetidos a validações pela Embrapa, por instituições de pesquisa parceiras e pelo setor produtivo por meio de reuniões. No futuro, o estudo poderá ser expandido para novas forrageiras e regiões do país.
Zarc – O Zoneamento Agrícola de Risco Climático, coordenado pelo Mapa e executado pela Embrapa, com apoio do Banco Central do Brasil, já apresentou resultados indicativos das épocas de cultivo de menores riscos de perdas, relacionadas ao clima, para mais de 60 sistemas produtivos no País.
Essas informações são relevantes para permitir o acesso ao crédito agrícola e para atender as exigências para o acesso ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
O Zarc é uma importante ferramenta para a redução dos riscos de perdas na agropecuária e minimização das perdas de ordem econômica.
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Aplicativo Plantio Certo – Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc já publicadas, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal.
O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos.
Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” e nas portarias de Zarc por Estado.