Na última semana de fevereiro, o mercado do boi gordo testemunhou uma pressão baixista nos preços, refletindo uma dinâmica de oferta e demanda em desequilíbrio, informa nesta sexta-feira (1/3) a S&P Global Commodity Insight.
“As escalas de abate dos frigoríficos permaneceram confortáveis, enquanto os pecuaristas enfrentaram dificuldades para segurar os preços”, ressaltam os analistas da S&P Global.
Os preços futuros da B3 também refletiram essa tendência no mercado físico, com reajustes negativos, indicando uma perspectiva de cotações mais baixas no curto prazo, acrescenta a consultoria.
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Segundo os analistas da S&P Global, além das questões relacionadas diretamente ao mercado, fatores climáticos influenciaram o comportamento negativo dos preços da arroba.
“O calor intenso em algumas regiões das praças monitoradas por nossa consultoria afetou a produção e o transporte de animais, enquanto as chuvas em pontos isolados podem ter impactado a oferta de pastagens e alimentação para o gado”, observa a S&P Global.
Porém, continua a consultoria, com entrada da massa salarial no início desta próxima semana, espera-se um possível incremento na demanda de carne na ponta final da cadeia de produção (consumidor final).
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“Esse aumento no poder de compra da proteína pode proporcionar um alívio temporário para os preços do boi gordo, mas a estabilidade do mercado dependerá da capacidade de equilibro entre oferta e demanda nos próximos períodos”, afirmam os analistas.
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Segundo apurou a Scot Consultoria, no Estado de São Paulo, “a oferta de gado, especialmente de fêmeas, aumentou, enquanto o escoamento da carne não acompanhou tal avanço”.
Desse modo, as ofertas de compra do “boi-China” e a do boi “comum” caíram R$ 5/@ nesta sexta-feira (1/3), segundo levantamento da Scot.
Com isso, nas praças paulistas, o animal terminado “comum” abriu março/24 cotado em R$ 230/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$205/@ e R$ 220/@ (valores brutos e a prazo). A arroba do “boi-China” ficou em R$ 235, portanto, com ágio de R$ 5/@ sobre o boi gordo paulista “comum”, acrescenta a Scot.
No mercado futuro, de acordo com informações apuradas pela Agrifatto, as cotações do boi gordo passaram por mais uma semana de desvalorização, com o vencimento para maio/24 reduzindo 2,8% no comparativo entre as quintas-feiras, ficando cotado a R$ 223@ – o menor nível desde ago/23.
Na avaliação da Agrifatto, apesar da forte pressão de baixa sobre os valores da arroba, a oferta de animais terminados se estabilizou nas principais praças brasileiras, mantendo as programações das indústrias inalteradas, com uma média nacional de atendimento de dez dias.
“Mesmo com a estratégia dos frigoríficos em realizar abates intercalados, com negociações em doses homeopáticas e aquisições que priorizam pequenos lotes, todas as 17 regiões monitoradas mantiveram as cotações laterais pelo quarto dia consecutivo”, afirma a Agrifatto, referindo-se ao comportamento do mercado nesta sexta-feira-feira (1/3).
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Dessa maneira, de acordo com levantamento da consultoria, o preço médio do boi gordo em São Paulo se manteve em R$ 230/@. Nas demais regiões monitoradas, a cotação média ficou em R$ 217,70/@, acrescenta a Agrifatto.
Embarques indo bem – Até a quarta semana de fevereiro, a exportação brasileira de carne bovina in natura somou 143,5 mil toneladas, com média diária de 9,6 mil t/dia, um aumento de 36% em relação à média diária reportada em fevereiro/23, relata a Scot Consultoria, com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“Com esses números expressivos, fevereiro/24 está se consolidando como o segundo melhor mês em volume exportado na série histórica”, adianta a médica veterinária e zootecnista Ana Paula Oliveira, analista da Scot.
No entanto, continua ela, o preço pago pela tonelada da carne bovina exportada pelo Brasil está em US$ 4,5 mil, com retração de 6,5% em relação à média de fevereiro/23.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (1/3):
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de doze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de nove dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Rondônia — O boi vale R$200,00 a arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de dez dias.