Quais as ameaças para o agronegócio brasileiro do Green Deal, o Pacto Verde Europeu e suas regras restritivas às importações de produtos de áreas desmatadas. Confira os pontos relevantes de um Fórum promovido em São Paulo pela Abag – Associação Brasileira do Agronegócio.
Por Maristela Franco
De 2020 a 2022, o Agronegócio brasileiro ampliou seu faturamento com exportações em 60%, apesar dos percalços causados pela pandemia de Covid 19. Somente no ano passado, o setor faturou US$ 159,1 bilhões, um crescimento de 32% em relação a 2021, devido ao aumento nos preços agrícolas, à ampliação de mercados e ao câmbio favorável.
Essa pujança, entretanto, esbarra cada vez mais em regras restritivas, como as estabelecidas pelo Green Deal (Pacto Verde Europeu), que pretende transformar a União Europeia (UE) no primeiro grupo de países neutros em emissões de carbono no mundo até 2050. Para isso, a UE estabeleceu regras rígidas também para fornecedores, como a interdição de importações de produtos agrícolas provenientes de áreas desmatadas (legalmente ou não), com penalidades severas para o trader importador, em caso de descumprimento da regra.
Esse pacto foi tema de um fórum realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), no dia 30 de janeiro, tendo o presidente da entidade, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, como mediador e os seguintes convidados: Ingo Plöger, coordenador do Comitê de Relações Internacionais da ABAG; Elias Antônio de Luna, embaixador da Missão do Brasil junto à UE; Sueme Mori, diretora de relações internacionais da CNA; Ingo Melchers, diretor do Diálogo Agropolítico Brasil-Alemanha (APD); Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura; Rodrigo Lima, sócio-diretor do Agroicone e consultor da Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), além do executivo Túlio Dias, diretor de sustentabilidade da empresa Agripalma.