A data de 1° de fevereiro tem grande importância para a pecuária leiteira do Brasil. O dia marca o reconhecimento oficial do Girolando como raça leiteira nacional por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o que ocorreu no ano de 1996.
Segundo a Embrapa, estima-se que cerca de 80% do leite produzido no Brasil provêm de rebanhos Girolando. Além disso, lidera as vendas de sêmen entre as raças leiteiras nacionais.
O Girolando chega a seus 28 anos com presença em todo o País e quebrando seus próprios recordes. De acordo com balanço da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em 2023, foram alcançados os melhores números de registro de animais desde 1989, quando a entidade iniciou o Serviço de Registro Genealógico no Brasil.
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“É motivo de muito orgulho para todos nós esse feito histórico da raça. Mostra que, apesar do difícil momento que vive a pecuária leiteira, o pecuarista continua acreditando nos animais Girolando para produzir com qualidade e rentabilidade. Por toda sua contribuição para o crescimento do país, a entidade está atuando junto ao Mapa para que a raça seja reconhecida como ‘Girolando, a raça Nacional’”, assegura o presidente da entidade Domício Arruda, em nota.
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De olho na rentabilidade que a raça proporciona, a Fazenda Campo Alegre, em Patos de Minas (MG), vem investindo na genética Girolando desde 2012.
“Percebemos que os animais eram bem mais longevos, férteis e saudáveis que de outra raça que trabalhávamos na época. Fizemos as contas e vimos que para o nosso sistema de manejo e região o Girolando é mais rentável. Ela tem menor custo de produção, ou seja, menos gastos com medicamentos, menor taxa de descarte, além de apresentar maior valor agregado na venda”, diz, em nota, o criador mineiro Leonardo Avelar. A média de produção por vaca na propriedade está em torno de 30 kg/leite/dia, informa a Girolando.
Na Fazenda Boa Fé (Conquista, MG), os 11 mil litros de leite produzidos diariamente são com rebanho Girolando. Selecionador da raça desde 1988, o criador Jônadan Ma ressalta que, apesar de ser uma raça jovem, o Girolando vem conquistando espaço no mercado por quatro fatores.
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“Produtividade semelhante ou até superior a outras raças, longevidade, precocidade sexual e grande adaptabilidade a qualquer região do país, tanto em sistemas a pasto quanto confinamento. É a raça leiteira que segura todas as nossas necessidades como produtores rurais”, destaca Ma.
Surgimento e expansão pelo Brasil – Apesar de ter quase duas décadas de reconhecimento oficial, a raça Girolando tem mais tempo de Brasil. Surgiu na década de 1940, no Vale do Paraíba, estado de São Paulo, quando um touro da raça Gir teria invadido uma pastagem vizinha e cobrido algumas vacas da raça Holandesa.
Ao nascerem os produtos desse cruzamento, os criadores observaram que eram animais com características diferentes e que, com o tempo, foram demonstrando maior rusticidade, precocidade e grande produção de leite.
A história da Fazenda das Nogueiras (Caxias do Sul, RS), com a raça também começou por uma casualidade. “Em 2010, criava Holandês e Gir Leiteiro e fiquei um período sem inseminador, justamente quando as vacas começaram a entrar no cio. Como não tinha quem inseminasse, decidi colocar o touro Gir para cobrir as vacas Holandesas. Quando as bezerras começaram a nascer, eram animais diferenciados e decidi pesquisar sobre o cruzamento”, lembra o criador José Adalmir Ribeiro do Amaral.
Os resultados levaram Amaral a investir na formação de um plantel de Girolando com o objetivo de produzir genética adaptada para a região Sul. Para ele, a rusticidade e a eficiência alimentar do Girolando são pontos importantes dentro do sistema de produção adotado pela fazenda.
“São animais que se mantêm muito bem a pasto em qualquer época do ano, por serem menos exigentes que outras raças. Estamos em uma região serrana, com verão de temperaturas mais elevadas, e ter animais que enfrentam bem essa condição, como o Girolando, é fundamental para tornar a pecuária leiteira um negócio viável”, pontua o criador gaúcho.
Fonte: Ascom Girolando