Durante os primeiros sete meses de 2024, as importações de carne bovina dos EUA atingiram um pouco mais de 2,6 bilhões de libras (cerca de 1,18 milhão de toneladas), um aumento de 20% em relação ao mesmo período em 2023, informa o analista Tyler Cozzens, em artigo publicado no portal norte-americano beefmagazine.com.
No período até julho/24, Austrália e Brasil registraram os crescimentos mais expressivos, em percentual, no fornecimento de carne bovina ao mercado norte-americano, com avanço de 75% e 31%, respectivamente, na comparação com igual intervalo de 2023.
Além dos dois países, os EUA elevaram as compras do Canadá (avanço anual de 4%) e da Nova Zelândia (acréscimo de 12%), enquanto reduziram em 17% as aquisições de carne bovina do México.
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Em receita, as importações totais de carne bovina dos EUA no acumulado até julho/24 somaram quase US$ 6 bilhões, um aumento de 17% em relação ao mesmo período em 2023.
O valor das importações de carne bovina aumentou da Austrália (+59%), Nova Zelândia (+15%) e Brasil (+26%), enquanto o valor diminuiu do Canadá (queda de 4%) e México (recuo de 0,6%).
Segundo o analista Tyler Cozzens, o aumento acumulado no ano (em volume e valor) das importações de carne bovina está correlacionado com o avanço nos preços semanais de carne bovina desossada no atacado norte-americano.
No início de agosto/24, o preço de carne bovina desossada no atacado atingiu um nível recorde de US$ 3,76 por libra, um aumento de 28% (ou 82 centavos por libra), em relação à mesma semana do ano anterior, informa o artigo.
O preço recorde de carne bovina desossada no atacado sinaliza uma demanda robusta por produtos de carne bovina magra (destinada à produção de carne moída para o varejo).
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Em julho, o preço da carne moída no varejo atingiu um recorde de US$ 5,50 por libra, aumento de 8% em relação ao ano valor registrado no mesmo período de 2023, e uma indicação de que a demanda por produtos de carne moída está se mantendo forte no varejo, relata o analista Tyler Cozzens.
Abate e produção em queda
O abate de gado e a produção de carne bovina dos EUA continuam abaixo dos níveis do ano passado, o que está levando a menores suprimentos de carne bovina exportável para o mercado global.
No acumulado do ano até agosto, informa o artigo de Tyler Cozzens, o abate semanal de gado norte-americano apresenta queda de 4% em relação ao mesmo período em 2023. Durante o mesmo período, os pesos de gados abatidos foram cerca de 3% maiores, em média, que o registrado em igual intervalor do ano passado.
“Os pesos de abate maiores do que o esperado compensaram parcialmente os números menores de abate, levando à produção de carne bovina, no acumulado do ano até agosto, a cair 1%”, informa o artigo.
A menor produção de carne bovina nos primeiros oito meses do ano resultou em queda nos suprimentos de carne bovina disponíveis para o mercado global de exportação, reforça o analista.
De janeiro a julho, as exportações totais de carne bovina dos EUA foram de quase 1,8 bilhão de libras (aproximadamente 815 mil toneladas ), queda de 2,9% em relação ao mesmo período em 2023.