O antes e o depois de fazendas que optaram pela pecuária digital

A pecuária de precisão tem se tornado cada vez mais presente nas fazendas brasileiras, visando otimizar a produção e gerenciar as informações de forma eficiente. Através do uso de recursos tecnológicos, como chips, aplicativos, sensores, câmeras de monitoramento, GPS, inteligência artificial e robótica, os pecuaristas têm acesso a ferramentas que facilitam a gestão da propriedade.

Uma pesquisa realizada pela Embrapa com cerca de 300 pecuaristas revelou que a maioria deles utiliza recursos digitais, sendo que 45% utilizam essas ferramentas para gerenciar as informações da propriedade. Essas tecnologias permitem tomar decisões rápidas e precisas, tornando-se cada vez mais importantes em um mercado agressivo e competitivo como a pecuária de corte.

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E se informação é poder, a Fazenda São Pedro, localizada na cidade de Paraíso das Águas (MS), faz muito bem uso deste recurso. Para gerenciar um rebanho com quase 2 mil cabeças, a fazenda usa a tecnologia iRancho. Uma ferramenta de gestão pecuária que integra e controla não só o rebanho, como o estoque de insumos, os dados financeiros, a rastreabilidade e os programas de melhoramento genético da propriedade. “Após pesquisa de quais seriam as opções e também em conversa com outros pecuaristas, optei pelo iRancho, porque entendi que o sistema atendia as demandas de gerenciamento e facilitava o dia a dia da equipe”, disse Leandro Brandão, diretor da Fazenda São Pedro.

O mesmo fez o pecuarista José Roberto Orlando, que administra, com sua esposa, Déborah Rondó Orlando, uma fazenda de cria e recria em Teodoro Sampaio, interior de São Paulo. Ele conta que até pouco tempo a sua propriedade era analógica, ou seja, com a gestão feita na base do papel, o que gerava prejuízos significativos. “Mais de uma vez chegamos a vender para o frigorífico matrizes prenhas por falta de informação correta. Era um voo cego”, disse ele.

Propriedades de pequeno e médio porte têm reduzido erros, ganhado agilidade no curral e estão aumentando taxas de produtividade a quase 100%

No entanto, após três anos utilizando o sistema iRancho, ele alcançou progressos importantes, como a capacidade de lotar a fazenda sem a necessidade de adquirir novas matrizes, apenas fazendo uma boa gestão do próprio rebanho. “Hoje, temos 1.300 animais, 650 vacas em monta, informações sobre cada recria e precisão na hora do descarte”, completou.

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Os dois fazem uso de chips, bastões e balanças eletrônicas para coletar com precisão essas informações do rebanho, que vão automaticamente para a plataforma iRancho. O processo é tão rápido, que José Roberto conta que nos tempos de papel chegava a levar quase três dias para passar 400 animais no curral. Hoje, com esse recurso, em menos de um dia passa o mesmo volume de animais e ainda consegue tirar um extrato quase instantâneo do rebanho. “No começo exige dedicação, para colocar todo rebanho no sistema, mas depois o ganho é enorme”, comentou.

Sistema iRancho - Brincagem de animais | Créditos: Arquivo pessoal

Aliado do melhoramento genético

A tecnologia digital na gestão das fazendas também se tornou um importante aliado de outra tecnologia: o melhoramento genético. O iRancho tem sido estratégico para os criadores controlarem os dados dos programas de melhoramento, assim como qualificar a informação no manejo de reprodução. Com ele, é possível obter relatórios específicos, como os controles de acasalamentos, tipos de reprodução, registro do sêmen ou touro e até gerenciar os protocolos de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo).

José Roberto explica que com o iRancho, por exemplo, ali mesmo no DG (diagnóstico de gestação) tem conseguido gerenciar dados de quantas vezes cada fêmea foi exposta à reprodução, quantas crias ela teve, sanidade, grupo de touro que ela pertence e tomar decisões acertadas. Dados que fizeram a taxa de prenhez da fazenda subir de 70% para 90%.

Deborah Rondó Orlando planeja e executa os manejos da fazenda no iRancho | Créditos: Arquivo pessoal

A Informação e o futuro

A informação também está possibilitando às duas fazendas alçarem novos voos. A São Pedro, por exemplo, há dois anos começou a investir na Integração Lavoura Pecuária. Uma decisão, segundo eles, muito acertada, possibilitando a recuperação das pastagens e o aumento de receita. “O sistema tem nos dado as informações necessárias para aumentar esse projeto”, diz Brandão. 

Já o casal de pecuaristas, além de aproveitar as inúmeras possibilidades que a gestão de dados oferece para melhorar o desempenho do rebanho, faz planos de aumentar o número de matrizes. “Agora, com informação, só falta um investimento em pastagem para dar continuidade nos planos de ampliar o plantel”.

José Roberto e Déborah destacam ganhos de produtividade após implantação do sistema

Tecnologia e suporte andam juntos

"Hoje temos 1.300 animais, 650 vacas em monta, informações sobre cada recria e precisão na hora do descarte"

A pesquisa da Embrapa, citada no início desta matéria, também revela que, apesar da tecnologia estar cada vez mais presente no dia a dia dos pecuaristas, muitos ainda encontram dificuldades, que passam pelo custo, conectividade e até a capacitação da equipe. Nesse sentido, se faz ainda mais necessário contar com um suporte técnico que auxilie, treine e acompanhe o produtor na utilização de ferramentas digitais.

Leomar Ferreira de Souza, Gerente da Fazenda São Pedro, opera o sistema iRancho diariamente. Segundo ele, quando a propriedade ainda trabalhava com outros sistemas, a equipe de colaboradores tinha a dificuldade de encontrar atendimento e suporte imediato. “Se você está no curral e precisa de um auxílio, não dá para esperar, né? O gado já está fechado”.

Portanto, a decisão pelo iRancho também veio após conhecer o trabalho do time de suporte. Além da tecnologia, o sistema oferece treinamentos para a equipe de campo e suporte nos sete dias da semana. “Estamos satisfeitos com esse atendimento técnico, sempre que a gente precisa o suporte é realizado na hora”, completa Leomar.

Agilidade e tomada de decisão

A tecnologia iRancho consegue ainda driblar os problemas de conectividade, coletando os dados mesmo sem internet e abastecendo automaticamente o sistema assim que a plataforma volta a se conectar à rede. “Antes, tínhamos o trabalho e a dificuldade de anotar os dados no curral, voltar para o escritório e passar para o computador. Agora, a gente consegue fazer tudo no iRancho, direto no curral. É um ganho de tempo fundamental, ainda mais hoje em dia em que tudo é muito dinâmico. O sistema veio para acrescentar essa agilidade na fazenda”, afirma.

Visando dobrar a produtividade da fazenda, tanto de grãos quanto de carne, a equipe da Fazenda São Pedro pode hoje realizar um planejamento com base em informações reais. “O sistema de gestão tem nos ajudado nisso, ele tem dado um norte para a gente não caminhar sem saber aonde ir”, finaliza.

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