O “Sistema de Confinamento de Grão Inteiro” ou “Puro Grão” surgiu há 15 anos, por concepção de Paulo César Rocha Araújo, médico veterinário especialista em nutrição animal e responsável técnico pelo Grupo Futura, das Rações Futura. “Tudo começou com duas fazendas e hoje são milhares, por todo o País”, comemora Araújo.
A difusão da estratégia de manejo e nutricional, segundo o técnico, se dá por uma série de vantagens.
Ela, por exemplo, permite a produção de carne com volume em uma menor área, ou seja, viabiliza pequenas propriedades espalhadas por praças importantes da pecuária brasileira. E não é só.
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A dieta em si – Como ela é baseada no consumo exclusivo de grãos, guardando as diferentes fases de vida dos bovinos, pode ser administrada para bezerros, animais de recria e os prontos para terminação.
O milho de qualidade e seco é servido na proporção de 85% para 15% de um núcleo concentrado. A formulação desse núcleo é diferente para cada categoria.
Os cuidados necessários – Na verdade, Araújo entende que os cuidados necessários são os mesmos que qualquer criador precisa ter: vermifugação, vacinação, conforto do animal, adaptação bem-feita e o entendimento de que o confinamento de puro grão tem oito variáveis que definem o sucesso. São cinco zootécnicas e três financeiras.
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Puro grão na prática – Em São Gabriel do Oeste (MS), a Fazenda Tabapuã da Gê 05, sob a gestão de João e Gerusa Trivelato, desponta na produção de carne por meio da estratégia nutricional, abatendo bezerros com menos de 14 meses, produtos do cruzamento de Nelore x Tabapuã. “No nosso caso, essa heterose também é eficiente”, reforça João.
No último abate realizado em 20 de março, tanto machos quanto fêmeas apresentaram rendimento médio de carcaça superior a 55%, com apenas 14 meses de idade e cinco de trato no cocho.
Esses números robustos ilustram a consistência e eficácia do sistema desde o primeiro estágio do confinamento. O peso de abate oscilou entre 15 e 18 arrobas.

Para Trivelato, “o grão inteiro oferece alta densidade energética na dieta, possibilitando um rápido ganho de peso e terminação nos animais. Além disso, reduzem o desperdício de alimentos, uma vez que os animais conseguem aproveitar mais eficientemente os nutrientes presentes nos grãos. Essa técnica também permite o desmame precoce dos bezerros, contribuindo para um retorno mais rápido das vacas ao ciclo reprodutivo”.
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