A Zoetis está trazendo para o mercado brasileiro uma nova opção de endectocida injetável para a pecuária, o Valcor, já em uso nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. A solução, segundo a companhia, é indicada para o tratamento de bovinos infectados pelas seguintes espécies de parasitas gastrointestinais: Haemonchus placei, Cooperia punctata, Cooperia pectinata, Trichostrongylus axei e Oesophagostomum radiatum.
O novo produto ainda é voltado para a prevenção de miíases cutâneas (larvas de Cochliomyia hominivorax) e para o tratamento de infestações por bernes (larvas de Dermatobia hominis).
Conforme esclarece a gerente de Produto da Zoetis, Janaina Giordani, o Valcor combina diferentes princípios ativos anti-helmínticos que, juntos, conferem alta eficácia no combate de parasitas que desenvolveram resistência aos tratamentos convencionais.
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O suporte à essa antiga problemática observada no campo, a propósito, foi uma das grandes motivações para a Zoetis trazer para a pecuária nacional esse novo medicamento.
“Todos os estudos que realizamos para testar o produto indicam uma eficácia acima de 95% contra os parasitas resistentes, no Brasil e nos demais países”, explicou Janaína.
A Zoetis define que Valcor é uma solução estéril pronta para uso, contendo 0,5 g de doramectina e 15 g de cloridrato de levamisol a cada 100 mL, para administração subcutânea em bovinos. É essa combinação que confere ao produto a capacidade de enfrentar a resistência parasitária amplamente observada nas fazendas brasileiras.
O desafio da resistência parasitária no campo
Durante a coletiva de imprensa para a apresentação do novo produto, realizada no dia 5 de novembro, na sede da Zoetis, em São Paulo (SP), o professor do Departamento de Produção Animal da Unesp de Dracena, Ricardo Velludo Gomes de Soutello, destacou que os nematoides gastrointestinais são responsáveis por gerar US$ 7 bilhões de perdas anuais para a pecuária brasileira, em razão do comprometimento gerado ao desempenho dos animais.
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“Muitas perdas ocorrem por conta da resistência parasitária, gerada pelo uso indiscriminado ou excessivo de anti-helmínticos”, enfatizou o especialista. “Estudos apontam que 85% das aplicações acontecem de maneira errada. Isso faz com que os parasitas mais sensíveis sejam eliminados, mas, por outro lado, os mais fortes se tornam mais resistentes. E vale lembrar que as helmintoses podem não gerar sintomas em muitos animais, por isso que as perdas são representativas. Em compensação, animais tratados corretamente e que não possuem resistência parasitária, apresentam um desempenho superior médio de 31,4 kg na comparação com os animais afetados”.
Em sua explanação, Soutello também mencionou as conclusões de outros estudos, que apontam que as parasitoses gastrointestinais mistas em bovinos representam 22,5% de todas as doenças causadas por parasitas.
Além disso, após um período de 18 meses, animais jovens que não receberam tratamento anti-helmíntico pesaram, aproximadamente, 53 kg a menos na comparação com os que foram tratados. “Importante destacar que os anti-parasitários representam apenas 1% do custo de produção”, lembrou o professor.