Após flertar com as mínimas do ano durante a semana retrasada, o bezerro se recuperou e fechou a última semana com uma valorização mais intensa, relata a Agrifatto.
“A melhora nas cotações do boi gordo no mercado físico e na B3 atraiu os compradores e fez com que os preços do bezerro terminassem a última semana com alta de 2,92%, fechando em R$ 2.072/cabeça (base SP)”, informa a consultoria.
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No entanto, analistas da Agrifatto lembram que a fase de baixa do ciclo pecuário ainda persiste.
“Os preços do bezerro continuam a enfrentar dificuldades para engatar uma forte valorização”, observa a Agrifatto.
Segundo a consultoria, a parcial mensal do bezerro em novembro/23 está em R$ 2.045/cabeça, recuando 0,67% em relação ao preço de outubro/23, mas com queda de 16,58% frente ao patamar de novembro/22.
A falta de uma reação mais consistente do bezerro, continua a Agrifatto, pode estar ligada com a questão do ágio (relação de troca) sobre o boi gordo.
Depois da forte desvalorização do boi gordo em setembro/23, os indicadores de poder de compra do pecuarista (principalmente da atividade de recria/engorda) destoaram do padrão para a fase de baixa do ciclo pecuário, ficando acima da média histórica.
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Atualmente, o ágio do bezerro sobre o boi gordo está em 33%, uma queda de 9,8 pontos percentuais em relação ao quadro observado em setembro/23. No entanto, observa a Agrifatto, a relação de troca ainda se encontra acima da média histórica, o que pode ser a justificativa para que o bezerro não consiga engatar uma valorização mais intensa.
“Com os compradores retraídos por estarem observando termos de troca desinteressantes, os vendedores estão com dificuldades para comercializar os seus animais, o que atrapalha o processo de recuperação dos preços do bezerro”, justificam os analistas.
“A nossa visão ainda aponta para uma reposição pressionada, principalmente pelo contexto de um rebanho volumoso (apesar de já estar no processo de diminuição), já que a safra de bezerros de 2022 (fêmeas que entraram em estação naquele ano) está chegando ao mercado somente agora”, afirma a Agriffato, lembrando que, há um ano, os preços do bezerro ainda estavam nas alturas, o que justificava investimentos mais pesados na atividade de cria.
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“O volume de bezerros que chega ao mercado ainda será elevado e, por isso, a reposição ainda deve enfrentar dias difíceis pela frente”, reforçam os analistas da Agrifatto.