Brasil e Austrália são, historicamente, grandes produtores e exportadores de carne bovina, ocupando o topo do ranking mundial de comércio da proteína vermelha, conforme mostra o Anuário DBO 2022, em circulação este mês.
Os exportadores brasileiros iniciaram janeiro com o pé direito, batendo recorde histórico para o primeiro mês do ano, com 140,54 mil toneladas de carne bovina in natura embarcadas no período, um avanço de 10,7% sobre a quantidade de dezembro/21 e aumento de 31% na comparação com janeiro/2.1
Por sua vez, os exportadores australianos começaram o novo ciclo anual colhendo um dos piores resultados mensais de sua história.
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As exportações do país da Oceania atingiram apenas 43,4 mil toneladas no mês passado, uma queda de 13% em relação a um valor já muito baixo registrado em janeiro de 2021 e 33% menor na comparação com a média de janeiro de quatro anos anteriores, segundo informa o portal da Beef Central.
Conforme relata a Beef Central, as indústrias de processamento de carne bovina do leste da Austrália foram atingidas por uma onda de infecções da variante Ômicron do coronavírus entre os membros da equipe, depois que as empresas voltaram ao trabalho em janeiro.
Como resultado, houve uma queda drástica no rendimento dos frigoríficos, com algumas fábricas relatando reduções de 30% a 50% nas operações no início do mês passado.
Todos os principais mercados de exportação foram impactados no mês passado.
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O Japão, o maior cliente da carne da Austrália em volume e faturamento, levou apenas 10,2 mil toneladas no último mês.
Tal resultado representou, em quantidade, uma baixa de 39% sobre dezembro e queda de 19% sobre as negociações de janeiro de 2021.
Por sua vez, os Estados Unidos (país que vem aumentando as suas compras de carne brasileira) importaram apenas 6,7 mil toneladas da proteína australiana.
Essa quantidade foi menos da metade do comércio registrado em dezembro (15,3 mil toneladas), e 4% abaixo do volume de janeiro do ano passado.
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Apesar da alta demanda que antecedeu o período de Ano Novo Chinês, as exportações de carne bovina da Austrália ao gigante asiático atingiram apenas 8,8 mil toneladas em janeiro/22, queda de 36% sobre dezembro, e 5% abaixo dos números de janeiro do ano passado.
Em relação ao mercado da Coreia do Sul, os embarques australianos subiram 10% em janeiro último, em relação ao mesmo mês de 2021, para 9,3 mil toneladas de carne bovina resfriada e congelada.
Porém, na comparação com o resultado obtido em dezembro/21(15,2 mil toneladas), as vendas do último mês para o mercado sul-coreano recuaram 39%.
Já a Indonésia comprou 1,5 mil toneladas de carne bovina australiana em janeiro/22, menos da metade do volume visto na mesma época do ano passado.
Os dez países que compõem a região do Oriente Médio responderam pela compra de 1,1 mil toneladas de carne bovina australiana no último mês – menos da metade do comércio registrado em dezembro e 45% abaixo do observado em janeiro do ano passado.
O volume total enviado ao Reino Unido atingiu apenas 40 toneladas, enquanto o bloco da União Europeia (EU) respondeu por apenas 440 toneladas em janeiro/22, uma queda de 18% sobre igual mês de 2021.
Previsão para 2022 – Impulsionadas pelo processo de reconstrução do rebanho bovino, as exportações de carne bovina da Austrália devem crescer 11% este ano (ou quase 100 mil toneladas), para cerca de 1 milhão de toneladas, em relação ao volume computado em 2021, prevê a Meat & Livestock Australia (MLA).
O recorde de pesos de carcaça previstos para este ano também contribuirá para o aumento da disponibilidade de carne para exportação, acrescenta a MLA.
A entidade prevê que o peso médio das carcaças de gado adulto atingirá 311 kg este ano, impulsionado pela maior dependência da alimentação de grãos e pela redução nos abates de fêmeas.
Esse número é superior aos 283 kg registrados em 2019, ano prejudicado pela seca nas regiões australianas, o que resultou em liquidação do plantel de vacas (Fonte: Beef Central).