Carne bovina brasileira avança nos Estados Unidos mesmo diante de tarifa de 27%

Mesmo sob cobrança de tarifas, os frigoríficos brasileiros continuam exportando bons volumes de carne bovina aos EUA

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Em fevereiro/24, o Brasil, juntamente com outros exportadores menores, preencheu o total de uma de quota de 65 mil toneladas/ano que estabelece isenção de tarifa aos seus participantes.

Isso significa que, para continuar despejando carne bovina brasileira no gigantesco mercado norte-americano, é preciso pagar uma taxa de extra-quota de 26,4% até o final de 2024, o que, teoricamente, reduz a competitividade do produto nacional em relação aos concorrentes internacionais.

O economista Yago Travagini, analista da Agrifatto, diz que a forte procura dos importadores norte-americanos pelo dianteiro (carne com menor valor agregado, própria para hambúrguer) mantém o Brasil como importante fornecedor da proteína, mesmo diante do pagamento de taxa adicional.

Ou seja, a despeito da cobrança de tarifa, a proteína brasileira continua competitiva no mercado internacional.

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O atual momento vivenciado pela pecuária de corte norte-americana também explica a maior corrida dos importadores pela carne do Brasil e de outros grandes fornecedores da commodity: assolado pela estiagem, o rebanho bovino dos EUA atingiu o menor patamar dos últimos 40 anos, o que resultou na disparada nos preços da proteína produzida internamente.

O economista Yago Travagini, analista da Agrifatto (Foto: Reprodução / Facebook)

Segundo Travagini, este ano, a quota que o Brasil tem acesso foi completada rapidamente – exatamente em 27/02/24. “Foi o preenchimento mais rápido desde 2020”, destaca o analista, acrescendo que o Brasil foi o principal responsável por esse esgotamento (regularmente, ocupa mais de 90% da quota tarifária).

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De acordo com o analista da Agrifatto, em fevereiro/24, saíram 11 mil toneladas de carne bovina brasileira para os EUA. “Provavelmente parte dessa proteína já chegou por lá sem direito a isenção de tarifa”, relata Travagini.

No primeiro bimestre de ano, diz o analista, os EUA importaram um total de 287 mil toneladas de carne bovina, um avanço de 31% sobre igual período de 2023 e o maior volume da história.

“Só do Brasil foram 70,27 mil toneladas importadas”, afirma Travagini, que completa: “Considerando que 65 mil toneladas foram dentro da quota, pode se concluir que cerca de 5 mil toneladas que entraram nos EUA em fevereiro/24 já sofreram com tarifa de importação”.

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