Nos últimos dias desta semana, o mercado físico do boi gordo operou com preços estáveis na maioria das praças brasileiras, resultado da baixa presença dos frigoríficos e pecuaristas nas “mesas” de negociação da matéria-prima.
“O volume de boiadas gordas negociadas foi apenas suficiente para manter as programações de abate que continuaram atendendo nove abates, na média nacional”, afirmam os analistas da Agrifatto.
Segundo a consultoria, porém, há riscos de encurtamento nas escalas de abate no curto prazo, devido à menor disponibilidade de lote de fêmeas gordas. “Já é possível observar um encolhimento na oferta de vacas e novilhas”, reforçam os analistas.
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No período final desta semana, o mercado doméstico de carne bovina também mostrou fragilidade nas negociações, por conta da queda no consumo doméstico de carne bovina, um movimento típico das segundas quinzenas do mês (devido ao esgotamento dos salários recebidos no início de cada mês).
Porém, na avaliação da Agrifatto, espera-se que “os preços do animal terminado permaneçam firmes e com tendência de alta – pelo menos até a segunda metade de agosto/24”.
Nesta sexta-feira (19/7), os preços do boi gordo em São Paulo fecharam com estabilidade, conforme apurou a Scot Consultoria.
“Com escalas ainda confortáveis, de 8-12 dias, alguns frigoríficos optaram por não comprar lotes terminados”, afirma a Scot.
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Na quinta-feira (18/7), porém, a mesma consultoria detectou aumento diário em todas as categorias prontas para abate negociadas no mercado paulista. A alta foi de R$ 5/@ para o boi gordo, de R$ 3/@ para o “boi-China” e para a novilha, e de R$ 2/@ para a vaca.
Dessa forma, na praça de São Paulo, o animal terminado macho está valendo R$ 227/@, enquanto a vaca e a novilha são negociadas por R$ 202/@ e R$ 215/@, respectivamente (prazo, valor bruto).
A cotação do “boi-China”, informa a Scot, está em R$ 230/@ em SP, com ágio de R$ 3/@ sobre o animal “comum”.
No mercado futuro, os contratos do boi gordo fecharam o pregão de quinta-feira (18/7) com oscilações mistas. O papel com vencimento em dezembro/24 foi precificado a R$ 245,85/@, com recuo de 0,24% em relação ao dia anterior.
Por sua vez, o contrato com vencimento em julho/24 encerrou o pregão cotado a R$ 230,70/@, com leve valorização de 0,02% no mesmo comparativo.
Embarques em ritmo forte
Com recorde no primeiro semestre, as exportações brasileiras de carne bovina seguem firmes.
Em julho/24, até a segunda semana, 109,6 mil toneladas de carne bovina in natura foram exportadas, com média diária de 10,9 mil toneladas. Trata-se de um desempenho médio diário 43,1% maior que o do mesmo período em 2023.
Carne sem osso
Nos últimos meses, o crescimento das exportações brasileiras de carne bovina fez aumentar as preocupações dos operadores de mercado em relação aos estoques internos de carne desossada.
Tal movimento, diz a Agrifatto, levou a um aumento temporário (em volume) nos pedidos, além de um leve incremento nos preços da maioria dos cortes bovinos.
No entanto, continua a consultoria, o mercado doméstico não conseguiu atender às expectativas, resultando em vendas fracas ao longo desta semana.
Como consequência, os estoques de carne desossada nos frigoríficos e distribuidores voltaram a crescer, situando-se agora em níveis de medianos a altos, segundo levantamento Agrifatto.
Alerta na cadeia das carnes
O zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot, recomenda ficar atento aos efeitos do novo caso de Newcastle no Rio Grande do Sul, que pode afetar o mercado de frango e, por tabela, o setor de bovinocultura de corte.
“O segmento de frango poderá sofrer embargos à exportação em curto prazo e afetar a disponibilidade e concorrência entre as carnes no mercado doméstico – influenciando o mercado do boi gordo”, ressalta Fabbri.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (19/7):
São Paulo – O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$233,00. Média de R$229,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$212,00. Escalas de abates de dez dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias;
Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de treze dias;
Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;
Paraná — O boi vale R$228,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias.