Com as chuvas ocorridas entre fevereiro/março/24, no Brasil Central, os pecuaristas tendem a continuar cadenciando a oferta de boiadas gordas, apesar do início do outono, relata o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.
No entanto, diz ele, o histórico da pecuária de corte brasileira mostra que, independente da fase do ciclo, a desova de final de safra – salvo as intensidades –, mais cedo ou mais tarde, chega. “Não nos espantará se os preços voltarem a cair em curto prazo”, afirma Fabbri.
Diante de tal previsão, o analista Raphael Galo, administrador de empresas Terra Investimentos, recomenda aos pecuaristas o uso de mecanismos de proteção de preços (hedge) na bolsa B3.
Galo chama a atenção para o comportamento positivo dos preços futuros do boi gordo registrado recentemente.
Do final de fevereiro/24 para início de abril/24 (até dia 2), diz ele, os preços spot (Cepea) cederam 2,89%, enquanto a curva de preços dos contratos futuros melhorou. “Atualmente todos os contratos possuem ágio sobre o preço Cepea atual, o que antes só víamos nos contratos de setembro/24, outubro/24 e novembro/24”, informa.
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Na avaliação da Agrifatto, as altas recentes na B3 trouxeram “melhora nas contas dos pecuaristas” e podem ter indicado que há espaço para acelerar as negociações. “Nesse momento de elevada oferta de animais, principalmente fêmeas, é prudente para os pecuaristas realizarem travas de pelo menos parte de suas produções para o trimestre vindouro, já que esse período costuma ser de pressão de oferta e risco mais elevado de queda nas cotações”, ressaltam os analistas da Agrifatto.
De acordo com a consultoria, os preços do boi gordo seguem firmes na B3 e isso tem atraído maiores negócios no mercado de opções.
No mercado físico, a pressão de baixa sobre os valores da arroba voltou a dar as caras nos últimos dias desta semana. Por conta disso, diz a Agrifatto, as negociações de boiadas gordas prosseguiram ainda mais cautelosas entre as praças brasileiras.
Nesta sexta-feira (5/4), o preço do boi gordo em São Paulo permaneceu estável, em R$ 227,50/@, considerando a média de valor entre o animal “comum” e o boi-China, segundo dados da Agrifatto.
A Scot Consultoria também apurou estabilidade no mercado paulista envolvendo todas as categorias de bovinos destinados ao abate.
Assim, o boi “comum” segue negociado em R$ 227/@, a vaca em R$ 205/@ e a novilha em R$ 220/@ (preços brutos e a prazo), informa a Scot. A arroba do “boi China” está valendo R$ 235 em SP, com ágio de R$ 8/@ sobre o animal “comum”.
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Na avaliação dos analistas da Agrifatto, diante do fraco desempenho no varejo de carne bovina durante a semana atual e da queda das exportações na última de março, o mercado físico do boi gordo já sinaliza uma perda de tração, levando vários frigoríficos a oferecer valores mais baixos pela arroba do animal macho.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (5/4):
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$227,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de nove dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de oito dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.