O mercado de feijão segue com ritmo calmo. A oferta já formada, basicamente de grão comercial, que se avoluma a cada dia, influi numa melhor formação dos preços, segundo observa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu relatório de safra divulgado nesta quinta-feira, 9 de maio. De acordo com a Companhia, o mercado está na expectativa da oferta proveniente da segunda safra, cuja colheita já começou e se concentra agora no mês de maio.
A estimativa da Conab é de uma produção superior em 52,5% à primeira safra. Caso se confirme a previsão, a disponibilidade do produto deverá se manter firme, favorecida pelas ofertas oriundas dos estados das Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do país. A área plantada na segunda safra é estimada em 1,47 milhão de hectares, avanço de 59,78% ante a primeira safra deste ano.
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“Diante da conjunção desses fatores (maior oferta e baixo consumo) não se vislumbra, em curto prazo, qualquer perspectiva de recuperação dos preços, a não ser por uma frustração da safra”, aponta o relatório do órgão. Segundo a Companhia, muitos comerciantes estão postergando suas compras e aguardando o aumento na oferta, com preços mais baixos e melhor qualidade dos grãos. Deste modo, este procedimento deve contribuir para estimular o consumo que anda em baixa.
Em relação ao plantio da safra de inverno (terceira safra), a Conab destaca que o plantio já se iniciou e a operação tem avançado, com estimativa de área semeada de 579,7 mil hectares. O órgão afirma que produtores irrigantes se preparam para o plantio e acompanham atentamente o comportamento do mercado.
“Se prevalecer essa tendência [de preços baixos], muitos poderão migrar para o plantio de outras culturas, o que poderá comprometer o quadro de oferta”, observa a instituição. Segundo a Conab, os valores recebidos pelos produtores para o feijão recém-colhidos estão oscilando entre R$ 130 e R$ 160 a saca, dependendo da qualidade da mercadoria.