Recentemente, a Agrifatto, com escritório na capital paulista, divulgou um relatório especial sobre a produtividade da pecuária de corte brasileira.
No material apresentado, a consultoria apontou a evolução dos principais gargalos tecnológicos da pecuária brasileira nas últimas décadas.
Para facilitar o entendimento ao leitor, a consultoria colheu e analisou dados considerando três aspectos distintos: produtividade em “peso de carcaça”, em “idade ao abate” e, por fim, em “ocupação de área”.
Na semana passada, o Portal DBO apresentou aqui o primeiro item (peso de carcaça) do trabalho.
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Agrifatto: “Produtividade da pecuária de corte evoluiu em vários aspectos”
Agora, o leitor tem a oportunidade de conhecer detalhes sobre a produtividade da pecuária de corte levando-se em conta a “idade ao abate”.
A idade média dos bovinos abatidos no Brasil atingiu 32,9 meses em 2023, 1,47% menor que o registrado em 2013, estima a consultoria Agrifatto.
Os números oficiais – divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – apontam para uma participação de 83% dos bovinos com mais de 24 meses no total abatido no Brasil em 2023, enquanto que os animais com menos de 24 meses representaram os 17% restantes, acrescenta a consultoria.
Considerando os abates em cada Estado Brasileiro, o Rio Grande do Sul produz animais substancialmente mais leves que o resto dos grandes produtores do País – 41% dos bovinos levados aos ganchos têm menos de 24 meses.
“Trata-se do Estado com os bovinos abatidos mais jovens no País, diferentemente dos Estados do Tocantins e Bahia que, segundo os dados oficiais do IBGE, não tiveram nenhum animal com menos de 24 meses compondo a sua linha de abate até setembro/23”, observa a Agrifatto.
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Na evolução nos últimos 15 anos, o Mato Grosso se destaca: registrou aumento de 15 pontos percentuais na participação dos animais com menos de 24 meses no seu abate total, relata a consultoria.
Em 2023, MT abateu 20% dos seus bovinos com menos de 24 meses, sendo o terceiro Estado que mais abate animais com tal categoria, atrás apenas do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul.
Na outra ponta, o destaque fica para Tocantins, que até set/23 não abateu nenhum bovino com menos de 24 meses e com isso perdeu três pontos percentuais de participação em relação ao quadro registrado em 2008.
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Segundo a Agrifatto, além da idade, a consultoria analisou binômio “peso/idade”, que mostra uma queda no peso das carcaças de um ano para outro. Entre 2022 e 2023, o peso médio dos bovinos brasileiros recuou 1,77%, no entanto, a idade média também diminuiu – queda de 1,25% pela metodologia da consultoria.
Sendo assim, informa a Agrifatto, a quantidade de carcaça produzida por mês pelo bovino brasileiro abatido em 2023 foi apenas 0,53% menor que o registrado em 2022, saindo de 8,04 kg/cab./mês em 2022 para 8,00 kg/cab./mês em 2023.
De acordo com a consultoria, a estratificação desses dados por Estado permite visualizar que, apesar do Rio Grande do Sul deter os animais mais leves do País, o Estado é o quarto em produção de carcaça por mês, perdendo apenas para o MS, MT e SP.
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“O Mato Grosso do Sul lidera essa estatística colocando 8,7 kg de carcaça/cab./mês nos seus animais, já que o Estado detém a quinta carcaça mais pesada do País (17,7 @/cab.) e também é o segundo Estado com mais participação de bovinos com menos de 24 meses (com esses representando 31% dos animais abatidos no Estado em 2023)”, relata a Agrifatto.
Na ponta oposta está Rondônia, que gerou 7,2 kg/cab./mês em 2023, 17,13% a menos que o Mato Grosso do Sul.