“A falta de rastreabilidade da carne bovina nos EUA é um perigo real”, diz analista

O norte-americano Steve Kay faz críticas duras ao atual sistema de controle de doenças animais em território norte-americano e alerta para as novas exigências do USDA

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Em coluna mensal publicada pelo portal australiano beefcentral.com, o norte-americano Steve Kay, respeitado analista do setor pecuário, criticou a lentidão do país em adotar um sistema eficaz de rastreabilidade de doenças animais.

Segundo ele, há décadas, a indústria de carne bovina dos Estados Unidos tem lutado, sem sucesso, para introduzir um sistema nacional significativo de rastreabilidade animal.

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“Sua incapacidade de fazer isso não é apenas uma vergonha, mas um perigo real, pois um surto de doença pode levar o setor à falência”, afirmou, em sua coluna.

Nesse sentindo, o analista lembrou que o maior grupo comercial da indústria de carne bovina dos EUA, a National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), está fazendo um novo apelo para que haja uma ação conjunta dos pecuaristas/entidades relacionada ao assunto da rastreabilidade, em voga neste momento no país da América do Norte.

“A NCBA pede a todos ligados à indústria pecuária dos EUA que apoiem a nova regra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para rastreabilidade de doenças animais”, escreveu o presidente da NCBA, Mark Eisele, em um artigo de opinião divulgado recentemente.

As novas regras do USDA (uma atualização de uma emenda original instituída em 2013) pretendem exigir o uso de uma etiqueta de identificação eletrônica (EID) em animais (com 18 meses de idade ou mais) que sejam transportados entre as fronteiras estaduais do país.

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“Essa classe de gado exige uma etiqueta de identificação há mais de uma década”, relembra Kay, que acrescenta: “O USDA está simplesmente mudando a tecnologia de uma etiqueta de metal brilhante para uma etiqueta EID atualizada”.

Steve Kay reproduz outros trechos do texto do presidente da NCBA: “O futuro da indústria dos EUA depende de sua capacidade de responder rapidamente a surtos de doenças. No entanto, alguns grupos e indivíduos continuam a lutar contra as ferramentas que poderiam proteger os meios de subsistência dos produtores”.

No mesmo comunicado, Mark Eisele exemplifica uma situação de emergência envolvendo a pecuária do país: “Imagine o caos de um surto de febre aftosa, com mercados fechados e produtores procurando freneticamente por etiquetas brilhantes de metal quase ilegíveis na chuva torrencial”.

Eisele diz que alguns pecuaristas norte-americanos argumentam que as novas exigências dos USDA “são desnecessárias ou onerosas”. Em seguida, o texto do presidente da NCBA rebate tais pensamentos: “A realidade é que, se apegar a ideias, práticas e tecnologias ultrapassadas, pode colocar toda a indústria em risco”.

Por fim, Kay expõe em seu artigo a conclusão final do texto de Eisele: “Já passou da hora de os produtores de gado dos EUA criarem uma solução liderada e controlada pela indústria para a rastreabilidade de doenças. O sistema atual e a capacidade de responder rapidamente a um surto real de doença são insuficientes para proteger cada produtor e seus meios de subsistência. Agora é a hora da indústria de gado liderar, não ficar para trás”.

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